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Mostrando postagens de maio, 2014

Reflexão: Relatório Sobre O “Grande Terminal Central” (Leó Szilárd)

A Guerra Fria sob o ponto de vista alienígena Leó Szilárd , físico húngaro, ficou famoso por ter sido o primeiro cientista a conceber a ideia da reação em cadeia nuclear. Chegou aos EUA em 1938, fugindo do nazismo, assim como inúmeros outros brilhantes cientistas – entre eles, seu amigo Albert Einstein. Os dois foram os responsáveis pelo que ficou conhecido como a Carta Einstein-Szilárd, endereçada em 1939 ao presidente americano Franklin D. Roosevelt, e que apontava a urgente necessidade de os EUA iniciarem um programa de fabricação de armas nucleares, visto que havia fortes indícios de que os nazistas alemães estariam conduzindo pesquisas sobre fissão nuclear com o objetivo de construir bombas atômicas. A resposta do presidente foi a criação do Projeto Manhattan, do qual Szilárd fazia parte. O projeto já estava bastante avançado à época da derrota da Alemanha nazista. O problema era que o Eixo possuía uma tecnologia nuclear muito atrasada com relação à americana. Logo, surgiu a q...

Resenha: A Sangue Frio (Truman Capote)

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★★★★☆ Uma realidade mais complexa que a ficção  O que acontece com uma pequena cidade do interior, do tipo que as portas das casas nunca são trancadas e todos se encontram aos domingos na igreja, quando a família mais benquista do lugar é amarrada, amordaçada, e assassinada de forma brutal e aparentemente sem motivo? Esse era o questionamento que impulsionou Truman Capote a dirigir até a cidade de Holcomb, Kansas, em 1959, após tomar conhecimento do caso através de jornais, e entrevistar grande número de seus habitantes atrás da resposta. Seis anos depois, reuniu as histórias que ouviu em sua jornada no livro “A Sangue Frio”, publicado pelo The New Yorker, que se tornou um marco do jornalismo literário e foi considerado pelo próprio autor como o precursor de um novo gênero, o “romance de não-ficção”. Quando Capote começou a coletar informações para sua obra, ele, assim como a polícia, ainda não tinha conhecimento dos autores do crime. Tremenda foi sua sorte em descobrir assa...

Flumen Junius

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Flumen Junius era o pseudônimo de Ernesto Augusto de Souza e Silva Rio, um grã-fino da corte do Rio de Janeiro que também trabalhava como ilustrador, poeta e contista. Sua data de nascimento não consta nos registros, mas seu falecimento se deu em 1905, já no século XX. Seus primeiros trabalhos são publicados na famosa Semana Illustrada, em fevereiro de 1861, em sua seção “Elegantes e Jarretas", e a partir de então passa a ser o mais importante colaborador de Fleiuss na revista. Depois, ilustrou edições do Bazar Volante até 1867, onde criticou a escravidão no país e apontou as contradições e problemas que ela possuía. Colaborou também n’O Mosquito, tornando-se ilustrador oficial da revista em agosto de 1870, em sua 48ª edição. Quando deixa O Mosquito, passa a ajudar Faria, outro grande ilustrador, n’A Vida Fluminense, inaugurada em 1868 e que seguiu por 412 números até 1875. Os temas das litografias de Flumen Junius eram muitas vezes políticos e sociais, criticando e denunciando a...

Pinheiro Guimarães

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João Pinheiro Guimarães foi um importante ilustrador brasileiro. Um dos primeiros a assinar seus trabalhos, utilizava o desenho de um pinheiro junto com a letra “G” para identificar sua autoria. Iniciou sua carreira na Semana Illustrada, em setembro de 1863, e permaneceu nela por um curto período de tempo. Em seguida, trabalhou para o Bazar Volante, junto com Joseph Mill e Flumen Junius. Muitas de suas ilustrações apareceram também no Ba-Ta-Clan, de 1867, principalmente do estilo portrait-charge, seu favorito. Essas ilustrações foram litografadas por Mill, já que Pinheiro Guimarães nunca se mostrara particularmente destro nessa arte. Participou também d’O Mosquito e, em 1869, substituiu o exímio Ângelo Agostini n’A Vida Fluminense. Em 1º de janeiro de 1871, Pinheiro Guimarães, juntamente com seu primo, o poeta Luis Guimarães Junior, criam uma nova revista: O Mundo da Lua: folha illustrada, lunatica, hyperbolica e satyrica. A publicação teve vida curta, cerca de um ano e meio, totali...

Joseph Mill

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Joseph Mill foi um grande ilustrador de periódicos brasileiros , com suas litografias de caráter humorístico e crítico. Nascido na França, mudou-se e estabeleceu-se no Rio de Janeiro, onde morreu por volta de 1879. Seu primeiro trabalho notório foi no Bazar Volante, fundado por Rensburd em 1863, constituído por 8 páginas, das quais metade eram litografadas. Mill, como diretor artístico, ilustrava quase todo o semanário, incluindo as capas, muitas das quais com charges políticas. Várias das ilustrações mais expressivas e críticas estavam relacionadas à Guerra do Paraguai, período no qual suas caricaturas assumem traços bastante realísticos, principalmente no desenho do rosto, o que sugere que ele teria utilizado fotos das pessoas retratadas como referência. Apesar disso, podemos considerar seu traço de certa forma duro, se comparado com artistas da mesma época. A macrocefalia, a distorção dos corpos e a aparência cômica de suas caricaturas são traços que permeiam toda a sua carreira. ...